Dois anos depois de colocar um data center no fundo do mar, pesquisadores da Microsoft retiraram o equipamento da água para uma avaliação e concluíram que é possível, sim, manter os servidores submersos na água por longos períodos de uma forma segura e eficiente.
O trabalho faz parte do Projeto Natick, um programa de pesquisa iniciado em 2014 pela empresa. A hipótese dos pesquisadores é a de que, debaixo da água, os computadores podem funcionar de uma forma mais eficiente, porque ficam menos sujeitos a falhas e consomem menos energia.
Na superfície terrestre, os circuitos ficam expostos a uma série de variações no ambiente que causam defeitos com o tempo – como a mudança da temperatura, a corrosão causada pelo oxigênio e a umidade, o contato com as partículas do ar e até mesmo eventuais batidas ou esbarrões por parte dos técnicos que trabalham com as máquinas. É algo que, obviamente, não ocorre com um data center submarino.
Para testar a hipótese, os pesquisadores desenvolveram um data center com 864 servidores dentro de uma cápsula submarina do tamanho de um container. Durante dois anos, os pesquisadores monitoraram o seu funcionamento debaixo da água, a uma profundidade de 35 metros, na região das Ilhas Orkney, no norte da Escócia.
Os computadores foram retirados da água em junho e passaram por uma avaliação nos últimos meses. A conclusão, de acordo com a Microsoft, é de que o data center é oito vezes mais confiável debaixo da água do que fora dela. O número de falhas foi de apenas um oitavo (12,5%) do que costuma acontecer em um data center comum.
Os pesquisadores acreditam que a menor interferência humana e o fato de o ar da cápsula submarina ser composto de nitrogênio ao invés de oxigênio são as principais razões pelo menor número de defeitos.
Fonte: Exame